Blogue criado para a Unidade Curricular " Os média Digitais em Educação", consiste num trabalho de portefólio digital a realizar ao longo do semestre, com base em instruções específicas, para produzir sínteses e reflexões e também em contributos autonomamente inseridos.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
oposição conceptual entre real e virtual, a subjetividade, e sobre os processos psicológicos característicos das interações online.
"A escrita é uma tecnologia, que teve grande impacto nas formas de organização social, bem como na capacidade que conferiu às pessoas para organizar o pensamento, inclusive o pensamento a respeito dos sentimentos” (Sayeg, 2001,p.2).
A introdução de uma nova tecnologia não afecta imediatamente as práticas sociais existentes. Assim, a invenção da imprensa não mudou imediatamente os hábitos sociais de leitura
Uma forma de contradição perturbadora hoje em dia é o diário online. Na cultura anterior, o diário podia até ter aspectos públicos (podiam vir a ser publicados, um dia); mas não eram criados com a intenção de comunicar com o público, e sim, como uma forma de cultivo da interioridade, da vivência emocional no ambiente e nas relações privadas e seleccionadas.
O diário online é paradoxal, porque envolve a introspecção realizada num ambiente totalmente escancarado, público, que é a Internet.
O termo espaço sinaliza a mudança do computador "ferramenta" para o computador "meio", tanto meio de comunicação e expressão quanto meio ambiente, palco, espaço para a vivência dramática: vivência de emoções e de personagens que projetamos nesse meio.
Cyber remete à cibernética. Para a cibernética, a separação interno-externo não é a tradicional. Importam os fluxos e as regulações.
"Uma propriedade fundamental das máquinas é poderem ser acopladas. Podemos acoplar duas ou mais máquinas inteiras de modo a formar uma única máquina; e qualquer máquina pode ser encarada como constituída pelo acoplamento de suas partes, por sua vez concebíveis como pequenas submáquinas. O acoplamento é de profunda importância na ciência, pois quando o experimentador desenvolve uma experiência ele se acopla temporariamente ao sistema que estuda".
O humano ao usar o computador forma uma máquina, um único sistema para determinado nível de análise. Lembremos que o conceito de máquina em cibernética é um conceito formal, não tem necessariamente a ver com um aparato físico específico.
Em suma, a pessoa pode expressar-se de formas múltiplas no cyberespaço, ou, como dissemos anteriormente, pode criar personagens, torna-se ela mesma um personagem.
No termo "cyberespaço": “Espaço sinaliza a mudança do computador ferramenta" para o computador "meio", (...) meio de comunicação e expressão (...) meio ambiente, palco, espaço para a vivência dramática: vivência de emoções e de personagens que projetamos nesse meio.” (Sayeg, 2001, p. 8). Neste espaço sem características geográficas, as mudanças, diferenças espaciais são percepcionadas pelas formas de escrita adoptadas (hipertexto, forma de rede).
Uma das distinções entre real e virtual surge de uma dicotomia simples: o real não depende de nós, o virtual depende de nós. "Nós" refere-se aos "seres humanos".
Outra distinção entre o real e o virtual relaciona-se com uma realidade objetiva independente da existência de seres humanos. Contrasta-se com o epistemologicamente objetivo, que é o que existe somente porque os seres humanos convencionaram que se trata de tal coisa, ou usam tal coisa como parte da existência humana (que é ao mesmo tempo simbólica e prática, cultural e ativa).
O virtual, portanto, é epistemologicamente objetivo - e ontologicamente (inter)subjetivo, como a Julie de Sanford, para os que interagiam com ela.
A comunicação mediada por computador (CMC), é tida como uma comunicação sem emoção, impessoal e sem qualquer tipo de proximidade. Podemos até compreender esta visão que determinados indivíduos possuem mas não poderia estar mais errada, “os utilizadores de comunicação mediada por computador (CMC), mantendo as mesmas necessidades de comunicação interpessoal em contexto de CMC ou em contexto de comunicação face-a-face, são capazes de encontrar estratégias alternativas de comunicação relacional através dos media electrónicos, estratégias essas que permitem a transmissão de informação social entre as pessoas” (Quintas – Mendes, A., Morgado, L. & Amante, L., 2010, p.6)
Para compreendermos estas estratégias alternativas, é necessário o conceito de Comportamento de Proximidade “comportamentos de comunicação que reduzem a distância física ou psicológica entre os indivíduos e que promovem a afiliação” (Quintas – Mendes, A., Morgado, L. & Amante, L., 2010, p.10) e de Proximidade Mediada “conjunto de pistas comunicativas em canais mediados, que podem formar as percepções de proximidade psicológica entre os sujeitos que interactuam” (Quintas – Mendes, A., Morgado, L. & Amante, L., 2010, p.10)
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