Blogue criado para a Unidade Curricular " Os média Digitais em Educação", consiste num trabalho de portefólio digital a realizar ao longo do semestre, com base em instruções específicas, para produzir sínteses e reflexões e também em contributos autonomamente inseridos.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Sherry Turkle: Ligados, mas sós? (Connected, but alone?)

Com a chegada da internet, as formas de comunicação e interação sofreram uma grande mudança. Os meios utilizados antigamente como as cartas, ainda existem mas com muito pouca adesão, pois surgiram meios muito mais facilitados como exemplo disso pode-se referir os chat’s, as mensagens de texto instantâneas, os e-mails e até as várias redes sociais como o Facebook e o Twitter, tudo isto são considerados bons exemplos de novos tipos de relacionamentos ocorridos através do computador, pela internet. Com o desenvolvimento tecnológico, medido em grandes dimensões, existe a possibilidade de ligação com um número elevado de pessoas, que a velocidade que a comunicação e a informação chegam a cada pessoa, são pontos considerados de extrema importância para a utilização das novas tecnologias. Assim é de salientar que cada vez mais as pessoas preferem isolarem-se e considerarem como os seus melhores amigos os dispositivos tecnológicos em vez dos seus próprios melhores amigos com quem têm longas conversas, face-a-face, que através de olhares é escusado pronunciar certas palavras. A psicóloga e socióloga Sherry Turkle refere que a virtualização das relações entre indivíduos está a ganhar espaço, acabando estes indivíduos por perder a capacidade de lidar com as complexidades das relações humanas. Pode-se estar rodeados de amigos nas redes sociais mas na realidade próxima de cada um estão isolados, sozinhos na vida quotidiana, já não há aquele sentimento de companheirismo e conforto humano. Considerando que as pessoas podem construir personalidades e identidades que nem sempre são coerentes com a realidade, as relações decorridas através da internet podem ser um estímulo de ignorância da própria realidade, o que revela que as proximidades virtuais não são efectivas nem reais. Todo e qualquer ser humano têm necessidades emocionais, pois estes precisam de atenção, carinho, proximidade, o que influencia directamente o que cada um sente e relação a si próprio e vai influenciar a sua visão do mundo. Muitos utilizadores diários da Internet não se apercebem do problema grave que estão a causar a eles próprios porque normalmente só se começa a sentir a longo prazo. O ideal não seria desligar o botão da Internet e desconectar de todas as redes sociais mas sim aprender a utilizar, de forma moderada, e nunca esquecer que é apenas um mundo virtual e a vida real é para ser vivida com toda a liberdade, até porque “pessoas não são feitas de bits e chats não são conversas. Conhecer o outro está além das interfaces digitais”. O mundo virtual pode-se revestir da maneira que cada um quer, pois a informação pode, facilmente, ser manipulada, já existem vários programas que conseguem contornar a realidade e induzem as pessoas em erro, e quando se apercebem disso a desilusão é maior. Como refere Sherry Turkle, cada vez mais os jovens de hoje namoram pelo facebook, pelo skype, pelo telemóvel, ou seja, namoram virtualmente, e controlam a vida real um do outro, a todo o minuto, mesmo que não seja intencionalmente. Dentro desta perspectiva que futuro terão os jovens de hoje e as famílias de amanhã? Diz-se que quando crescemos somos o reflexo da nossa infância, será que serão capazes de transmitir valores, normas, amor, carinho entre outras coisas que se ensina aos filhos desde cedo. É necessário educar os nativos digitais para que estes saibam educar os seus filhos e se consiga garantir o bom desenvolvimento destes através dos laços sociais, da presença real da família, tradições que deverão ser mantidas para que o ser humano resista a estas evoluções tecnológicas. As expectativas das pessoas são superiores em relação às máquinas, ou seja, às novas tecnologias do que propriamente com as pessoas com quem se deveria conviver, falar, tocar, discutir se necessário, reflectir, pensar, o ser humano é dotado de qualidades que começam a desaparecer pela sucessiva obsessão pelas tecnologias. Em suma, é de salientar que saber distinguir os momentos em que se deve estar em sociedade, para comunicar em tempo real, e os momentos em que se deve estar sozinho para refletir, para pensar. A tecnologia está a criar uma revolução de comunicação humana, pois a forma como a preocupação com o outro e até consigo mesmo está a mudar pode-se tornar uma preocupação. Referência: Sherry Turkle (March, 2012). Sherry Turkle: Connected, but alone? - In TED Talks [19'48]

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